segunda-feira, 23 de setembro de 2013

OS CAÇADORES

Este quadro regista a caminhada de dois caçadores, que pelo silêncio quente de uma noite rubra com o sol a pôr-se no horizonte distante, dão movimento ao quadro.  Os homens passam ao fundo, para lá dos embondeiros, claramente como num palco africano. Os homens avançam, não muito afastados, para que, de vez em quando, ao se olharem, vejam nitidamente, no espaço que os rodeia, algo que possa ser uma ameaça e tenham tempo de ambos  se defenderem.  Avançam, assim,  não apenas para melhor observarem o que os envolve, mas também para  escutarem  o mínimo som que lhe desperte a atenção e como forma de, atempadamente,  se poderem avisar de quaisquer perigos cinzentos escuros como a pele da casca dos embondeiros. Fora isto, acrescenta-se ainda que o autor agarrou o embondeiro como a árvore mais emblemática de negritude, não pela beleza, mas pela sua importância dos frutos, pela água que enchem a concavidade dos troncos e pela hospitalidade que disponibilizam às aves e aos símios, e por ser tema para os poetas. Esta tela de 60cmx80cm, já em posse de um particular, foi concluída em setembro de 2013.